No campo
O tempo das vacas: a gestão do descanso para a máxima produtividade leiteira
Entender como a vaca distribui seu tempo ao longo do dia é um ponto-chave para compreender o bem-estar animal e sua relação direta com os resultados da produção leiteira. A forma como o manejo permite ou limita esse comportamento impacta a saúde do rebanho, o desempenho produtivo e a rentabilidade da fazenda.
Assim como ocorre com as pessoas, a organização da rotina está diretamente ligada à qualidade de vida. Quando a vaca tem acesso a cama confortável, alimento de qualidade e água limpa, ela consegue expressar seu comportamento natural e distribuir o dia entre atividades essenciais.
A rotina ideal: o descanso como prioridade
A observação do comportamento das vacas em condições adequadas revela uma rotina clara, na qual o descanso ocupa papel central.
Em um período de 24 horas, a distribuição ideal do tempo é:
- 4 a 5 horas dedicadas à alimentação;
- cerca de 1 hora para ingestão de água, em vários momentos do dia;
- aproximadamente 1 hora de interação social com o rebanho;
- cerca de 3 horas destinadas à ordenha;
- 12 a 14 horas em posição deitada, em repouso.
Entre todas essas atividades, o período em que a vaca permanece deitada é o mais relevante do ponto de vista do bem-estar. Além disso, é a única parte da rotina que tende a ser reduzida quando algo no manejo não está adequado.
Por que o tempo de descanso é o principal indicador de bem-estar?
Alimentar-se, beber água e passar pela ordenha são atividades obrigatórias. Quando há falhas no sistema, como calor excessivo, desconforto na cama ou manejo inadequado, a vaca ajusta sua rotina reduzindo justamente o tempo de repouso.
Essa redução traz impactos importantes. É durante o período deitada que ocorre a maior parte da ruminação, processo essencial para a saúde do rúmen, melhor aproveitamento dos nutrientes e manutenção do desempenho produtivo.
De forma prática, uma vaca só permanece deitada entre 12 e 14 horas por dia quando está bem alimentada, sem estresse térmico e com uma cama adequada. Por isso, o tempo de descanso é considerado o principal parâmetro para avaliar o bem-estar animal.
Bem-estar como cultura de manejo
O bem-estar não está condicionado apenas a instalações sofisticadas ou ao tamanho da propriedade. Ele está diretamente relacionado às decisões diárias de manejo.
Tanto em sistemas a pasto quanto em sistemas confinados, é possível alcançar bons indicadores quando alguns pontos básicos são respeitados:
- Cama de qualidade, que permita repouso prolongado;
- Ambiência adequada, com controle do calor e redução do estresse térmico;
- Comida e água, sempre disponíveis e de boa qualidade.
Mais do que investimento, o bem-estar deve ser entendido como uma cultura de manejo, aplicada de forma consistente e contínua.
Relação direta com os resultados da fazenda
Quando o descanso é respeitado, os reflexos aparecem no desempenho do rebanho. Vacas mais confortáveis apresentam melhor ruminação, maior eficiência alimentar, melhor qualidade do leite e menor ocorrência de problemas sanitários.
Ao alinhar o manejo da fazenda ao tempo das vacas, cria-se uma relação positiva entre conforto animal, eficiência produtiva e rentabilidade, beneficiando toda a operação.
Quer aprofundar esse tema e aplicar o bem-estar animal de forma prática na fazenda? Acompanhe os conteúdos da Piracanjuba ProCampo e tenha acesso a orientações técnicas, dicas de manejo e informações que contribuem para a longevidade e o sucesso da produção leiteira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Confira os artigos científicos e referências técnicas:
Bem-estar animal - Marcelo Cecim
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