No campo
Manejo de silagem: o segredo para manter a produção de leite na seca
A pecuária leiteira exige planejamento e estratégia, especialmente no manejo alimentar. Em muitas regiões do Brasil, o mês de novembro marca o início do período seco, uma época desafiadora onde a qualidade e a disponibilidade do pasto caem drasticamente. Diante dessa realidade, o manejo de silagem se torna a principal ferramenta para sustentar o rebanho, manter o fluxo de nutrientes e, o mais importante, assegurar a produção de leite.
A silagem de milho, em particular, é a reserva estratégica da fazenda. No entanto, para que ela cumpra seu papel de forma eficiente, é crucial que o produtor domine dois pontos-chave: o teor ideal de matéria seca (MS) e o momento exato da colheita. Ignorar esses detalhes técnicos pode resultar em perdas nutricionais significativas, impactando diretamente o desempenho dos animais e a rentabilidade do negócio.
A importância da matéria seca (MS) ideal na silagem
O teor de matéria seca (MS) é o indicador mais simples, prático e comprovado da qualidade da silagem. A faixa ideal de MS para a silagem de milho situa-se entre 32% e 35%. Este intervalo não é arbitrário; ele é o ponto de equilíbrio que favorece a fermentação e a conservação do material.
Silagem muito úmida: riscos e perdas
Quando a silagem está muito úmida (abaixo de 30% de MS), ela produz um excesso de efluente, o que acarreta a perda de açúcares e energia. Além disso, a fermentação excessiva pode reduzir em até 20% a digestibilidade da fibra. O animal, ao consumir essa silagem, "enche" de água e ingere menos nutrientes, o que se reflete na produção.
Silagem muito seca: compactação comprometida
Por outro lado, uma silagem muito seca (acima de 38% de MS) apresenta dificuldades de compactação, aumentando o risco de bolor e aquecimento no painel do silo. A compactação
inadequada compromete a exclusão do oxigênio, essencial para a fermentação anaeróbica, e suporta um menor aproveitamento do amido. Pesquisas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) demonstram que silagens fora da faixa ideal de MS podem reduzir a produção em até 1,5 litro por vaca por dia em sistemas de alta produção. Uma simples medição de MS assegura mais leite e menos perda no silo.
O ponto de colheita: metade da qualidade da silagem
O momento da colheita do milho é o segundo pilar para um manejo de silagem de excelência. O ideal é conhecido como meia linha de leite (½ linha de leite).
A linha de leite como indicador
É a demarcação visível no grão que separa a parte líquida (leite) da parte sólida (amido). Quando essa linha atinge a metade do grão, o amido está consolidado e a planta ainda retém a umidade necessária para uma boa compactação. Colher neste ponto favorece a fermentação mais estável e assegura a melhor digestibilidade.
Riscos da colheita tardia
Colher tarde demais é um risco. A planta fica mais seca, o grão mais duro e há um risco maior de bolor, além de dificultar a compactação. O ponto correto de colheita é metade da qualidade da silagem, pois suporta um melhor aproveitamento do amido, o que pode aumentar a produção em até 1,2 litro por vaca por dia.
Planejamento estratégico para a seca
O planejamento da silagem deve ser feito com antecedência, especialmente porque a queda do pasto é rápida no período seco. Sem um volumoso de reserva adequada, a produção de leite pode cair imediatamente.
Benefícios da silagem de qualidade
A silagem de qualidade mantém o fluxo constante de nutrientes, o que é vital para a vaca leiteira. Ela segura a produção mesmo em períodos de estresse por calor, evita a queda do escore corporal, reduz a necessidade de ração e assegura a segurança alimentar da fazenda. Propriedades organizadas, que planejam o manejo de silagem com rigor, podem economizar entre 15% e 25% nos custos alimentares. Em resumo, quem organiza a silagem agora, assegura que não haverá perdas de produção durante a seca.
O manejo de silagem não é apenas uma tarefa; é uma decisão estratégica que define a estabilidade e a rentabilidade da sua fazenda. O controle rigoroso da matéria seca (32% a 35%) e a precisão no ponto de colheita (meia linha de leite) são os pilares que suportam uma dieta de alta performance.
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