Erros comuns na alimentação de crianças pequenas e como evitar.

Comer bem na infância é muito importante para garantir uma vida adulta saudável, além de evitar doenças futuras e garantir um melhor desenvolvimento¹.

O que acontece nos primeiros anos de vida da criança influencia diretamente na formação de hábitos alimentares, principalmente durante o período de introdução alimentar^1,2! Vamos conhecer mais a respeito?

Os desafios da alimentação nos primeiros anos de vida

A introdução alimentar é um momento muito importante e especial. É quando o bebê descobre os sabores, as texturas e aprende a se relacionar com a comida¹. Entretanto, nesta fase podem surgir desafios que interferem na evolução e no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.

Apesar de ser um momento especial, a alimentação de crianças pequenas costuma ser um período repleto de dúvidas: será que meu filho está comendo o suficiente? E se ele se engasgar? Como preparar os alimentos? Quais tipos de alimentos oferecer? Como oferecer?

Além das dúvidas que surgem naturalmente, os comentários de familiares e orientações desatualizadas podem deixar os pais ainda mais suscetíveis a erros muito comuns¹.

Lidar com a ansiedade e insegurança, enfrentar a pressão social e familiar, organizar a rotina e o preparo dos alimentos, respeitar a criança e ter muita paciência. São muitas demandas presentes no dia a dia das famílias e, por isso, ter suporte e orientações de qualidade são de extrema importância para prevenir e corrigir muitos problemas durante a introdução alimentar e os primeiros anos de vida da criança.

Quais os principais erros nesse momento e como evitá-los?

Como vimos acima, pode ser difícil conduzir a alimentação das crianças sem cometer alguns erros que podem atrapalhar (e muito) os hábitos alimentares na sua casa. Veja quais são a seguir!

1) Oferecer os alimentos batidos e/ou misturados

Com medo de engasgo ou por receber uma orientação desatualizada, esse erro pode aparecer.

A oferta dos alimentos liquidificados não é recomendada^1,2, pois atrapalha o processo de conhecimento das texturas, sabores e mastigação. Não bater e amassar, mas misturar todos os alimentos também atrapalha a descoberta de sabores e texturas.

- Como evitar: ofereça os alimentos amassados e separados no início da introdução alimentar. Evolua a consistência ao longo dos meses e, a partir de 12 meses, ofereça a alimentação da família (em pedaços, sem amassar)¹.

2) Desistir de um alimento após recusa e só oferecer os alimentos preferidos

É muito comum que haja recusa ou preferência a determinados alimentos pela criança¹. Com isso, muitas famílias passam a oferecer apenas os alimentos preferidos, restringindo as opções e tornando o cardápio monótono e cada vez mais restrito.

- Como evitar: independente da preferência ou recusa, sempre varie os alimentos oferecidos, assim como a forma de oferecer o mesmo alimento. Principalmente até os 2 anos, a criança ainda está conhecendo os sabores e estabelecendo as suas preferências¹.

3) Colocar sal no preparo dos alimentos antes de 1 ano

Por receio da comida ficar “sem gosto” ou na tentativa de melhorar a aceitação alimentar, a adição de sal antes de 12 meses pode acontecer.

É muito importante seguir a recomendação de não adicionar sal ou temperos com sal até 1 ano de vida. A quantidade de sódio naturalmente presente nos alimentos já é suficiente para atender às necessidades nesta idade¹.

- Como evitar: use temperos naturais no preparo dos alimentos – cebola, alho, salsinha, cebolinha, orégano - eles são ótimas estratégias para adicionar sabor sem a necessidade de sal!

Lembre-se: nosso paladar de adulto já está formado e acostumado com a adição de sal, mas o paladar da criança ainda está em formação.

4) Oferecer açúcar antes dos dois anos

A oferta precoce de açúcar pode acontecer por desinformação, influências de familiares ou por aquela sensação de estar privando a criança.

Oferecer açúcar antes dos dois anos aumenta o risco de cáries, sobrepeso e preferência por alimentos doces1.

- Como evitar: ofereça frutas e, quando for oferecer alguma preparação doce, como os bolos, opte por receitas adaptadas e adoçadas apenas com alimentos naturalmente doces, como uvas passas ou tâmaras.

5) Forçar a alimentação ou incluir telas no momento da refeição

A criança tem capacidade de autorregular a sua ingestão alimentar. Assim, consegue perceber os sinais de fome e saciedade, comendo o quanto e quando precisa¹.

Forçar a alimentação prejudica esse contexto de autorregulação, além de gerar um momento de estresse na hora de comer, o que pode impactar na aceitação alimentar¹. Comer bem não significa comer muito!

É comum que a criança coma melhor quando é exposta à tela, pois fica distraída e acaba aceitando os alimentos. Porém, o uso das telas atrapalha a percepção de saciedade, além de prejudicar a formação de bons hábitos alimentares nesta fase tão importante da vida da criança^3,4,5.

- Como evitar: incentive a alimentação, mas não force. Faça refeições em família sempre que possível e garanta que o momento de comer seja tranquilo e prazeroso. Observe os sinais de fome e saciedade da criança e respeite a individualidade de cada uma.

Além dessas dicas, você também pode conhecer melhor outras estratégias para o momento da introdução alimentar clicando aqui!

A criação de uma rotina alimentar para crianças pequenas pode parecer um desafio complexo, mas com organização, conhecimento e ajuda de um profissional capacitado, é possível tornar esse um ótimo momento para novas descobertas entre a família e a criança!