No campo
Qualidade das misturas: o segredo da nutrição de precisão na pecuária leiteira

Na pecuária leiteira, pequenos detalhes fazem grande diferença. A maneira como os ingredientes são misturados no vagão impacta diretamente o consumo, a saúde e o bem-estar dos animais e, consequentemente, a rentabilidade da fazenda.
A ciência por trás da mistura bem-feita
Na prática, a sequência correta de carregamento no vagão misturador é um dos pontos críticos para alcançar uma mistura homogênea e eficiente.
Exemplo aplicado na Fazenda BR (vagão vertical 12m³):
- Concentrado;
- Pré-secado;
- Caroço de algodão;
- Grão reidratado;
- Silagem;
- Água (tempo de mistura: aproximadamente 20 minutos).
Atenção: a sequência ideal pode variar conforme o modelo do equipamento (horizontal ou vertical), a rotação das facas e as características dos ingredientes. A recomendação é trabalhar sempre com a orientação de um nutricionista de confiança.
Estudos de Hutjens (2023) e do manual "Feed Mixing Guidelines" da University of Wisconsin reforçam que erros na sequência de carregamento podem gerar segregação de partículas, seleção no cocho e até acidose subclínica.
Monitoramento com peneiras: termômetro da qualidade da mistura
O uso das peneiras Penn State permite avaliar a distribuição das partículas na mistura total (TMR).
Procedimento correto:
- coletar amostras em 4 pontos do cocho, antes do início do consumo;
- utilizar 500g homogeneizadas para cada análise;
- agitar conforme o protocolo recomendado (Embrapa Gado de Leite, 2022).
Distribuição esperada:
- 2-5% na peneira de 19 mm (fibras longas);
- ~50% na peneira de 8 mm (fibra efetiva);
- 10-20% na peneira de 4 mm (fibras finas);
- Restante no fundo (fração concentrada).
Por que avaliar e corrigir a mistura?
Quando a mistura está adequada, observa-se:
- redução da seleção de ingredientes no cocho;
- maior aderência ao plano nutricional formulado;
- melhora na eficiência alimentar;
- menor incidência de problemas digestivos (acidose, deslocamento de abomaso);
- aumento no conforto e bem-estar animal, com ruminação mais eficiente.
Fontes como o manual "Cow Signals – Feed" (2022) alertam: quando a vaca consegue escolher o que comer, ela tende a buscar partículas mais palatáveis, geralmente as ricas em energia, o que compromete a saúde ruminal e a estabilidade da produção.
E se não tiver as peneiras?
O acompanhamento da qualidade da mistura pode ser feito pelo nutricionista, que traz ferramentas e métodos para essa avaliação. O mais importante é que o monitoramento seja frequente – ideal a cada 15 dias – para correção de eventuais desvios no processo.
Mistura de qualidade = bem-estar animal + produtividade sustentável
Quando o rebanho consome exatamente aquilo que foi planejado na formulação, sem seleção ou desperdício, ocorre um ciclo positivo:
- melhor desempenho produtivo;
- saúde ruminal estável;
- longevidade das vacas;
- redução de custos invisíveis (desperdício, doenças metabólicas e queda na eficiência alimentar).
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Leia também: Qualidade da Silagem: o segredo para o melhor manejo nutricional do rebanho



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